THE CENTURY OF NURSING ; O SÉCULO DA ENFERMAGEM

More than 200 years have passed since the advent of modern nursing, and despite so much time, now and then we have been through challenging and unimaginable situations. But, in times when centenary professions perish and new ones emerge, what will become of us? Although we are being recognized in 2020, through the celebration of the international year of Nursing by the World Health Organization, will we be forgotten in the future, or recognized by history?Before answering these questions, it is important to revisit the data on the profile of nursing in Brazil, which point out that our profession is formed mostly by women, blacks and browns. Populations that have historically experienced inequality, prejudice and, why not say, social misery in its broadest sense.Knowing this, it is up to the current generation of nurses to empower themselves over their own history, so that we can modify the future and repair the ills and injustices of the past. May our professionals start to recognize historical nursing figures like Mary Jane Seacole, whose past was long forgotten, because despite all her efforts in the Crimean war, she was refused on Florence's team for the simple fact of being black. This shows that it is time to write a fairer story, so that we are not affected by the same mistakes of the past.Given this, do we still neglect, without realizing it, people who would be able to change what we now know as nursing? Do they shut us up, or worse, do we let ourselves be silent about what we can and cannot do about our own profession? Was it necessary for a pandemic to finally be recognized as essential for a service that we carried out as a science 200 years ago? Such a change can only occur when we struggle and empower ourselves as an essential professional science; and we hope it won't take another 200 years for that to happen.This struggle and empowerment will put us at the forefront of challenges, which will not be more difficult than we live in our past of resistance to setbacks, but which may, once and for all, be our greatest contribution to strengthening the profession, and the sustainable development of the global population.We also hope that, in the future, you, reader, will not have to face any of the problems raised in this text, and that it will only be a text about how we were too busy with so many responsibilities of the profession, and that, for this reason, we lacked a a little bit of time for greater engagement to get you where you are. But, if you have identified yourself, you are responsible for this change, so, get your work started, do research and answer problems, always be a reference wherever you go, and don't let yourself be shaken by anything. Our Nursing depends on the now.We hope that this year of nursing recognition will turn into a century of celebration. ; Já se passaram mais de 200 anos do advento da enfermagem moderna, e apesar de tanto tempo, volta e meia passamos por situações desafiadoras e inimagináveis. Mas, em tempos que profissões centenárias perecem e novas surgem, o que será de nós? Apesar de estarmos sendo reconhecidos em 2020, por meio da comemoração do ano internacional da Enfermagem pela Organização Mundial da Saúde, seremos futuramente esquecidos, ou reconhecidas pela história?Antes de respondermos a essas questões, é importante revisitarmos os dados sobre o perfil da enfermagem no Brasil, que apontam que a nossa profissão é formada majoritariamente por mulheres, pretos e pardos. Populações que, historicamente, vivem a desigualdade, o preconceito e, porque não dizer, a miséria social em seu sentido mais amplo.Sabendo disso, cabe à geração atual de enfermeiros se empoderar sobre a sua própria história, para que possamos modificar o futuro e reparar as mazelas e injustiças do passado. Que os nossos profissionais passem a reconhecer figuras históricas da enfermagem como Mary Jane Seacole, cujo passado foi esquecido por muito tempo, pois apesar de todos os seus esforços na guerra da Crimeia, foi recusada na equipe de Florence pelo simples fato de ser negra. Isso mostra que está na hora de escrevermos uma história mais justa, para que não sejamos acometidos pelos mesmos erros do passado.Diante disso, será que ainda seguimos negligenciando, sem perceber, pessoas que seriam capazes de mudar o que hoje conhecemos como enfermagem? Será que nos calam, ou pior, nós nos deixamos calar sobre o que podemos ou não fazer em relação a nossa própria profissão? Será que foi necessária uma pandemia para que finalmente fossemos reconhecidos como essenciais por um serviço que realizamos, como ciência, há 200 anos? Tal mudança só poderá ocorrer quando lutarmos e nos empoderarmos enquanto uma ciência profissional essencial; e esperamos que não demore mais 200 anos para que isso ocorra. Essa luta e empoderamento nos colocará a frente de desafios, que não serão mais difíceis do que vivemos em nosso passado de resistências a retrocesso, mas que poderão ser, de uma vez por todas, a nossa maior contribuição para o fortalecimento da profissão, e o desenvolvimento sustentável da população global. Também esperamos que, no futuro, você leitor não tenha que se deparar com nenhuma das problemáticas levantadas nesse texto, e que seja somente um texto sobre o quanto éramos ocupados demais com tantas responsabilidades da profissão, e que, por isso, tenha nos faltado um pouquinho de tempo para maior engajamento para chegarmos onde você chegou. Mas, caso você tenha se identificado, você é responsável por essa mudança, por isso, dê o pontapé inicial no seu trabalho, faça pesquisas e responda problemas, seja sempre referência onde quer que você vá, e não deixe se abalar por nada. A nossa Enfermagem depende do agora. Esperamos que esse ano de reconhecimento da enfermagem vire um século de comemorações.