Abstract: A baixa representatividade feminina no Congresso Nacional brasileiro tem sido recorrentemente criticada pelos movimentos feministas, por agencias internacionais e pelas proprias parlamentares. Dos 513 parlamentares eleitos para a 55a legislatura, 51 sao mulheres, e destas, dez se declaram evangelicas. A atuacao de mulheres evangelicas na politica nao tem sido objeto de interesse da academia, seja no âmbito dos estudos de religiao ou dos estudos feministas. O presente artigo aborda a atuacao das parlamentares evangelicas na politica brasileira atual, considerando-se a timida participacao feminina na politica partidaria, o processo de insercao dos evangelicos na politica, e o lugar invisivel das deputadas evangelicas no fazer politico de suas legendas, inclusive em pautas diretamente relacionadas com os direitos das mulheres. Tal abordagem tem sua base teorica na discussao da dicotomia publico/privado, partindo do pressuposto de que existe uma interdependencia entre ambos, e de que o incomodo social com a presenca das mulheres na esfera publica tem a ver com a generificacao e consequente hierarquizacao de tais esferas. Como recurso metodologico, procedeu-se ao levantamento das proposicoes das dez deputadas em seus seis primeiros meses de mandato na atual legislatura, e tambem das proposicoes da legislatura anterior, no caso das deputadas reeleitas.
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