Abstract: Este artigo apresenta reflexões para uma reavaliação crítica do campo do design a partir do agravamento de uma crise na educação pública que atingiu a Escola Superior de Desenho Industrial nos anos de 2016 a 2018. Com salários e bolsas suspensos ou atrasados, professores, alunos, funcionários técnico-administrativos se uniram a ex-alunos e amigos da escola com o propósito de desenvolver atividades que pudessem manter a escola aberta. A partir dessa mobilização coletiva, emergem questões a respeito do fazer design e da educação em design que suscitam uma reconfiguração de práticas e pressupostos do campo. Mais especificamente, reivindica-se a qualificação de atos cotidianos de sobrevivência como atos de design, de um fazer design sem projetar e sem o compromisso com soluções para o futuro. Dessa forma, os conceitos de planejamento, progresso e futuro, tradicionalmente ligados ao campo, são questionados em busca de alternativas para um projeto de futuro desenvolvimentista e racionalista que é problematizado em diversos campos de produção teórica contemporânea.
No Comments.