Constelações em rede: diálogos contínuos do coletivo Chicks on Comics

O presente artigo buscará apresentar o coletivo feminista Chicks on Comics, criado por quadrinistas e ilustradoras latinoamericanas. O coletivo existe desde 2008 e já contou com o apoio de quinze artistas ao longo de sua existência, além de convidadas. Hoje, cinco artistas assinam por ele. São elas Ann Gee, Clara Lagos, Delius, Julia Barata e Weng Pixin. Individualmente, cada uma das artistas mantém suas páginas autorais, de forma que seus projetos pessoais coexistam com o projeto coletivo. Todas são, ao mesmo tempo, artistas independentes e artistas vinculadas ao coletivo. A autoria está em trânsito, assim como as ações propostas pelo coletivo. A intenção consiste em apresentar as estratégias utilizadas pelas Chicks on Comics considerando o impacto que elas geram no que diz respeito à circulação do material produzido. Sabe-se que a difusão das histórias em quadrinhos está amplamente relacionada às mudanças das técnicas de reprodução de massa. Vale dizer que essas mudanças, de modo geral, afetam também a circulação das histórias em quadrinhos. Segundo Benjamin, “a técnica da reprodução destaca do domínio da tradição o objeto reproduzido” (1994, p. 168). Dessa forma, considerando que os quadrinhos são difundidos principalmente pela indústria de massa, detentora das técnicas de reprodução, os títulos que mais circulam estão alinhados com os interesses a ela associados. Agora, se é no cerne da reprodução em massa em que se situa a circulação dos quadrinhos, é preciso pensar que as mudanças e intervenções políticas também afetam o trânsito de consumo dessas mídias.