Abstract: Este artigo expõe os caminhos traçados pelo grupo-pesquisador sociopoético ao longo dos dispositivos criativos propostos a partir de uma pesquisa, situada nos campos da Educação Popular e dos Movimentos Sociais, cujo objetivo era explicitar como o grupopesquisador socipoético elaborou conceitos sobre a autogestão libertária; e, assim, ao expor os percursos da investigação, este artigo explicita a contribuição sui generis da Sociopoética para o campo da pesquisa educacional. A Sociopoética é o método investigativo que institui o grupo-pesquisador, enquanto corpo coletivo da pesquisa; e potencializa esse grupo-pesquisador como filósofo coletivo; ela traz o diferencial de que o grupo-pesquisador sociopoético, enquanto filósofo coletivo, produz novos saberes sob a forma de conceitos filosóficos produzidos a partir das vivências experimentadas pelos copesquisadores. Na Sociopoética, chamamos esses conceitos de confetos (GAUTHIER, 2005). De maneira que a Sociopoética torna-se uma abordagem metodológica singular frente a outras práticas grupais de investigação, como a Pesquisa-ação (PETIT; ADAD, 2009). A pesquisa de que trata este artigo (SOUZA, 2011), propôs duas vivências imersas na natureza: no mangue do rio Cocó (Fortaleza/CE) e na serra da Pacatuba (Pacatuba/CE). Os dados produzidos pelo grupo-pesquisador nas vivências, onde foram usadas técnicas que mexeram com o corpo e com a experiência sensorial de estar na natureza, potencializaram a criação coletiva de confetos desterritorializados, devires maquínicos (DELEUZE; GUATTARI, 1992). A pesquisa sociopoética fez emergir, então, conceitos singularizadores sobre a autogestão libertária.
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