Abstract: Ao problematizar o ensino de artes nos anos iniciais da escolarização no Brasil, observamos que a ludicidade e as manifestações da cultura popular, apesar do marco legal e das orientações curriculares sobre sua obrigatoriedade, valorização e promoção, têm sido desconsideradas enquanto elementos fundamentais do universo artístico na escola. Preocupa-nos uma educação com outra episteme de corpo e da cultura, numa integração entre sentir, pensar e agir. Neste artigo, destacamos a importância da iniciação da criança nas artes seguindo o fluxo continuum, partindo das vivências familiares — como as cantigas de ninar e as festividades populares — às expressões e manifestações regionais, componente curricular da educação básica. Ao revisitar e analisar nossa prática docente no ensino de artes na formação de pedagogos na Universidade Estadual do Ceará – UECE e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB, no interstício de 2013 a 2017, a partir da pesquisa-ação, da observação participante e da análise dos documentos (projetos, planos de curso, relatórios de pesquisa e extensão e acervo iconográfico), reafirmamos a arte como portal e como ponte para a aprendizagem e o desenvolvimento integral de crianças, mediadas pelo corpo e pela educação dos sentidos na vivência da cultura popular e da cultura do outro.
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