Festas e Zés Pereiras: interações para sustentabilidades

Este texto explora o interesse que as festas religiosas locais representam para a sustentabilidade dos grupos culturais que nelas participam, no caso específico os Zés Pereiras, que têm estes festejos como circuito principal de suas atuações, sendo, portanto, espaços determinantes para a sua persistência. Lança, ainda, o desafio de pensar estratégias que integrem, nestes ambientes, economia, cultura e tecnologia voltadas para estes agrupamentos musicais. Para tanto, proponho uma reflexão acerca destas festas à luz da historiografia cultural (Albuquerque, 2011), focando no potencial de sustentabilidade dos processos musicais (Schippers & Grant, 2016), devido à possibilidade financeira que elas representam, contribuindo para o complemento familiar, para “pequenas conquistas materiais” e inclusive para dar suporte à sua prática cultural, auxiliando com aquisição e manutenção de instrumentos e fardas, possibilitando confraternizações entre os participantes com alimentação, transporte, dentre outras coisas que viabilizam o aprendizado, as interações e a ressignificação da tradição, seja no seu aspecto imaterial ou material. O texto tem como base a pesquisa empírica com métodos etnográficos, que se desenvolveu a partir de estudo de fontes históricas e trabalho de campo com observação e participação, bem como realização de entrevistas com os tocadores de gaitas, bombos e caixas. ; published