Abstract: O artigo aborda a constituição da docência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) a partir de um processo formativo coletivo, dialógico de produção e de sistematização de conhecimentos no ambiente de trabalho. Participaram do processo, além da pesquisadora, seis educadoras da EJA das séries iniciais do Ensino Fundamental, dos municípios de Diogo de Vasconcelos e de Acaiaca, Minas Gerais, que não passaram pela formação inicial na área da EJA. Para o desenvolvimento do estudo, foram realizados vinte encontros reflexivos com duas horas de duração em Diogo de Vasconcelos (2018-2019) a partir de temas demandados pelo grupo: especificidades, sujeitos e formas de aprender. O estudo realizado foi uma pesquisa-ação crítico colaborativa (PIMENTA, 2005). Os dados foram produzidos em encontros reflexivos e tratados com auxílio da sistematização de conhecimentos e experiências, de acordo com Jara (2012). O grupo produziu ao longo do período formativo, as seguintes sistematizações do conhecimento: uma revista de narrativas autobiográficas das educadoras e dos estudantes; uma revista com textos produzidos pelas próprias educadoras acerca da docência na EJA e uma colcha de retalhos. Compartilhamos aqui o resultado das reflexões, com especial destaque para o tema das especificidades da EJA que subsidiou a feitura da colcha de retalhos com essas educadoras. A colcha de retalhos simboliza um rito de passagem da incompletude do ser (FREIRE, 2016) para tornar-se professora da EJA na relação com a outra, reconhecendo as próprias particularidades assim como a dos/as estudantes. O trabalho aponta para a importância de se pensar a formação inicial continuada a partir das indagações das próprias professoras em serviço e sistematizar os conhecimentos relacionados às especificidades encontradas na Educação de Jovens e Adultos.
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