Abstract: O presente artigo analisa a relevância da educação intercultural na prática pedagógica com imigrantes em situação de vulnerabilidade no Brasil. Foi utilizado um relato de experiência que descreve as vivências de uma educadora no contexto de ensino de PLAc (Português como língua de acolhimento). A metodologia empregada baseia-se no conceito do Pós-método de Kumaravadivelu (2003, 2006 e 2012), uma alternativa crítica aos métodos tradicionais de ensino de línguas, desafiando a prescrição de comportamentos pedagógicos. Para a categorização dos gêneros textuais, foi adaptado o método de classificação de Antunes (2011). A análise desta experiência foi fundamentada nas reflexões das obras de R’boul (2021), Essinger (1988 e 1990) e Freire (1979), indicando que a educação intercultural possibilita uma intervenção crítica sobre o mundo. Neste contexto, a educação intercultural é vista como uma práxis de resistência em que coletivos de imigrantes, sujeitos socioculturais se organizam e mobilizam em resposta à necessidade de implementar ações dialógicas que os integrem à sociedade brasileira. Na conclusão, argumenta-se que a educação intercultural é um movimento educacional no qual a realidade opressora e colonial pode ser superada, transformando-se, portanto, em uma relação social inter-epistêmica em que a pluralidade cultural e de saberes se torna cada vez mais evidente no mundo.
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