Abstract: A utilização da ludicidade como fator de otimização da aprendizagem tem sido amplamente discutida e acatada nos mais diversos segmentos de ensino, o que permite estender esta discussão também para o contexto da educação indígena, mais especificamente a Educação Escolar Indígena Krahô, pois os estudantes deste povo são alfabetizados na sua língua materna, adquirindo o Português como segunda língua somente a partir do sexto ano de estudo, fato que acarreta muitas dificuldades na interpretação e produção textual em língua portuguesa, mesmo para aqueles que já estão no Ensino Médio. O objetivo do presente artigo é apresentar a viabilidade dos jogos didáticos como alternativa para minimizar estes problemas, tendo como foco o desenvolvimento de jogos específicos para o ensino de Português como segunda língua, concentrando-se em tópicos como ampliação, compreensão e fixação de vocabulário, visando ao enriquecimento linguístico dos educandos. Para tanto, discorre-se sobre a realidade escolar da aldeia e o público alvo, que se compõe de professores e alunos do ensino médio, com fundamentação em Maher (2007), Sousa (2013), Macedo (2015), Constituição Federal Brasileira de 1988, Referencial Curricular Nacional para a Educação Indígena – RCNEI (1998), além dos materiais específicos relacionados à educação e cultura Krahô organizados pelo professor Francisco Edviges Albuquerque (2009, 2012, 2013, 2014). Em seguida, abordam-se os conceitos de jogo didático e educação lúdica, com base em Comenius (2001), Feinet (2004) e Almeida (1987), entre outros. A metodologia, de perspectiva sociointeracionista, consiste na apresentação de uma proposta de inserção de jogos didáticos como elemento potencializador da aprendizagem nas aulas de língua portuguesa, direcionada aos professores que trabalham com o Ensino Médio. Esta proposta é direcionada para a Escola Indígena 19 de Abril (localizada na aldeia Manoel Alves Pequeno, ao norte do Tocantins) e faz parte de minha pesquisa de doutorado, a qual vem se realizando no âmbito das pesquisas do Laboratório de Línguas Indígenas – LALI, da Universidade Federal do Tocantins – UFT.
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