Abstract: Resumo Fundamento Na avaliação da cardiopatia isquêmica, a ressonância magnética cardiovascular (RMC) é considerada o padrão-ouro para detecção e localização do infarto do miocárdio (IM), mas o eletrocardiograma (ECG) é menos dispendioso e mais disponível. O reconhecimento do IM pelo ECG fora da fase aguda é desafiador: ondas Q estão ausentes numa proporção significativa dos pacientes e podem reduzir ou desaparecer com o tempo. Apesar de amplamente utilizado na avaliação inicial de infarto prévio, os estudos para validação do ECG tendo como referência a RMC no contexto da doença coronariana crônica são limitados. Objetivos Avaliar o desempenho diagnóstico do ECG para detecção e localização do IM definido pela RMC. Métodos Foram incluídos 352 indivíduos que realizaram RMC e ECG, sendo 241 pacientes com IM prévio confirmado pela RMC e 111 controles com RMC normal. Os traçados de ECG foram analisados por 2 observadores cegos em relação à RMC para detecção e localização do IM de acordo com a IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos. A significância adotada foi de 5% (p < 0,05). Resultados O ECG apresentou bom desempenho para a detecção do IM prévio, com sensibilidade de 69,3% (64,5% a 74,1%), especificidade de 99,1% (98,1% a 100%) e acurácia de 78,7% (74,4% a 83,0%). Entretanto, para localizar o IM de acordo com a RMC, a acurácia foi insatisfatória. Conclusões O ECG se mostrou um método com boa acurácia para detecção de IM prévio quando comparado à RMC, mas não para definir sua localização.
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